INFORMATIVO

DIÁLISE: Tratamento que salva e mantém a vida

      

Os rins são responsáveis pela filtração do sangue e eliminação de substâncias produzidas pelo metabolismo do organismo. Dentre as doenças que acometem os rins, a hipertensão e o diabetes são as principais causas de perda da função renal, levando a doença renal crônica.

A função renal é medida através do clearance de creatinina Quando se atinge níveis bastante reduzidos de função dos rins e os mesmos já não são capazes de manter a homeostase (equilíbrio do organismo) de uma maneira eficaz, um tratamento substitutivo renal deve ser iniciado para salvar e manter a vida do ser humano. Esse tratamento pode ser feito através de diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal) ou transplante renal.

No Brasil, atualmente, existem por volta de 100.000 pessoas realizando tratamento dialítico. No caso da hemodiálise, o tratamento é realizado em sessões que duram normalmente 4 horas e são realizadas 3 vezes por semana. O tratamento é realizado por tempo indeterminado e é de fundamental importância que seja realizado sem faltas para que possa manter a vida do paciente com qualidade. A diálise peritoneal é realizada através da membrana peritoneal , com a infusão de líquido dentro da cavidade abdominal. Esse tipo de diálise é realizado continuamente, porém para o paciente existe a vantagem porque ele pode realizar esse tratamento em casa.

Existe uma informação errônea difundida e perpetuada entre as pessoas de que diálise é ruim e de que as pessoas que fazem diálise vão morrer. Esta confusão causa uma grande resistência dos pacientes quando o nefrologista propõe diálise para o tratamento porque se atribui a ela os problemas que são secundários à doença renal crônica mal tratada.

Por que existe essa informação errônea de que fazer diálise é tão ruim?

Primeiro porque a diálise oferecida há alguns anos atrás era de pior qualidade do que a oferecida atualmente. Houve melhora na qualidade da água que é usada, nas máquinas que fazem o tratamento, nos filtros que se utiliza para purificar o sangue. Além do mais, os medicamentos para tratar complicações associadas à Doença Renal Crônica também melhoraram. O tratamento da anemia já não se faz com transfusões sanguíneas, e sim com eritropoetinas recombinantes bastante eficazes. O arsenal terapêutico para tratar as alterações do metabolismo mineral e ósseo tem evoluído consideravelmente e grande parte dos medicamentos está disponível pelo Sistema Único de Saúde.

Em segundo lugar porque todas as complicações atribuídas à diálise são, em geral, problemas que os pacientes já tinham antes de iniciar a diálise e secundários às doenças que eles são portadores.

Entretanto, o procedimento de diálise não está isento de problemas ou complicações. De fato a diálise é um procedimento muito seguro e com poucas complicações e serão tão poucas quanto mais aderente for o paciente ao tratamento. A maioria dos centros de diálise funcionam fora do ambiente hospitalar e os pacientes costumam virem sozinhos para as sessões de diálise.

Não é que não existam problemas com a diálise. Entretanto, a diálise não é o problema, como alguns pensam. Ela é o tratamento. Os pacientes com problemas renais crônicos percebem claramente que se sentem melhores após realizar o procedimento.

O tratamento dialítico proporciona melhora na qualidade de vida dos pacientes que são portadores de doença renal crônica e não deve ser confundido com a doença. A qualidade de vida desses pacientes se aproximam bastante do normal.

Portanto, deve estar bem esclarecido que quando se escuta que alguém está se sentindo mal porque “faz diálise”, o que realmente acontece é que a doença é que faz mal e não a diálise, que na verdade, é o tratamento que proporciona a vida e a manutenção dela.



Dr. Raphael Pereira Paschoalin
CRM-BA 23020
Nefrologia





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